sexta-feira, 23 de julho de 2010

Site pela Paz*







"Jovem Maranguape é jovem da maldição. Nós somos conhecidos o terror da integração. Junto com Tabajara, Satanás incorporou. Sai da frente inferno coral, que a jovem já chegou. E meu comando feminino, é ruim de invadir, pras comédias de Arthur p.c.. e esta aqui". Acima está o resultado do conteúdo de uma pesquisa que fiz nos sites das principais torcidas organizadas daqui do Recife. As torcidas organizadas da Inferno Coral, Fanáutico e Torcida Jovem do Sport deveriam, ao meu ver, ter um acompanhamento pedagógico na formulação de seus sites. Não estou querendo punição, até porque não cabe a mim julgar até que ponto se torna crime virtual fazer apologia à violência. Mas que esses integrantes das organizadas precisam de um acompanhamento de perto da justiça (Ministério Público) para a prevenção da violência, isso, realmente, precisam. Muito se vem falando sobre a construção de uma cultura pela paz. Dá para notar o uso excessivo de empregos de metáforas bélicas pela imprensa escrita e televisiva ao se referir a uma partida de futebol. Palavras como "batalhas", "lutas", "confrontos", "romper a muralha do time adversário", já estão sendo aos poucos revistas pelos jornalistas ao construir um noticiário esportivo. Agora, imaginem a força das palavras "pavilhões", "terror da capital", "lutadores de jiu jitsu", "torcida pitbull", "união do mal", "comando feminino", "inferno" e "gange"...?
Para se ter uma ideia, os bairros estáo sendo tratados pelas organizadas como pavilhões de penitenciárias, as torcidas são sempre intituladas por elas mesmas de terror da capital.
O que mais me incomoda é o uso indevido de imagens de personagens históricas como Lampião, Che Guevara, associadas à baderna, à "desordens" pública. As músicas feitas por Chico Science são utilizadas para iniciar um "espetáculo fumaçante" de destruição dos equipamentos urbanos públicos. A figura do sexo feminino é associada ao crime. As músicas colocadas em sites estão longe de serem canções de hino de nossos times. Os desenhos dos mascotes dos nossos clubes parecem mais aberrações demoníacas de leões, timbus e cobras inflados por "bomba-anabolizantes" de conteúdo violento, colocados por esses integrantes de torcidas organizadas. Diante de todo esse conteúdo violento, precisamos usar a força. A força ancorada na pedagogia preventiva que envolva o Ministério Público, a Polícia e os Diretores de torcidas organizadas para acabar com o uso indevido de conteúdo violento na internet. Acredito que a mudança começa pelos Diretores das organizadas, mudando as estampas das camisas comercializadas, incentivando os integrantes que sabem desenhar para a criação de desenhos com significados carregados de conotação de paz nos estádios, desenhos que associem o gênero feminino à paz da dinâmica do futebol, desenhos que incentivem as charangas a tocarem e a cantarem músicas pela paz. É nesta direção que peço às entidades públicas, como o Ministério Público de Pernambuco, integrantes de secretarias envolvidas com a educação, que venham a trabalhar junto com os integrantes de torcidas organizadas de Pernambuco na construção de sites pela prevenção da violência, pois, assim, estaremos, por exemplo, economizando dinheiro ao diminuir o número de intalações de câmeras eletrônicas em nossa cidades.


Fábio Paulo Pernambuco (Geógrafo)
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*A escolha deste texto para publicar no blog foi exatamente o conteúdo por ele passado. A construção textual é repetitva e sem uma conclusão relevante. Mas, ratificando, a escolha foi pelo tema abordado. Sendo os "itálicos" feitos por mim.
(Isaac Melo)






2 comentários:

  1. A meu ver a solução é baní-las. Como educador sabe-se muito bem o poder que essas Torcidas organizadas têm dentro da escola, nos dois âmbitos públicas e particulares, tornando crianças inocentes em futuros torcedores fanáticos. O grande problema é que além da apologia à violência em suas letras de orgulho de "raça", essas a praticam e, apesar das medidas do governo e polícia local, deixam medo na população, que em dia de partidas evitam sair de casa. De principio é sim uma medida arbitrária baní-las, porém mais arbitrário ainda é essas torcidas tornarem um cidadão comum em prisioneiro por um dia. Ou até mesmo impedir que tenhamos um futebol com a família torcedora dentro de um campo. O texto postado no blog é de grande importância e até agora, dos selecionados, é o de cunho mais social.

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