O preço do cafezinho, tirado em máquina de expresso, foi estimado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura em R$ 352,33. A bagatela foi divulgada em planilha de custos que serviu de referência para o processo de licitação do órgão, suspenso por medida cautelar do Tribunal de Contas da União, em 1º de julho. Além do preço exorbitante de um cafezinho, o TCU apontou sobrepreço nos valores de referência de outros produtos, superestimativa de orçamento e inchaço no número de diárias. Eram cotadas 3.176, sendo que os eventos totalizariam 871 dias.
A licitação tinha como objetivo o registro de preços para "eventual contratação de empresa" especializada em eventos. Na planilha de referência feita pelo órgão, estão previstos 4.560 cafés feitos em máquina a R$ 352,33 cada, comprados em rede hoteleira de três e quatro estrelas, além de mais 12.000 em hotéis cinco estrelas e outros 12.000 fora da rede hoteleira. Segundo o edital de licitação, a pasta previa gastar R$ 10 milhões com a bebida.
Também em hotéis cinco estrelas, havia, no edital, a previsão da necessidade de 12 mil garrafinhas de água de 500ml a R$ 7,83m cada. Seis dias após a decisão do TCU, a pasta decidiu cancelar em definitivo a licitação. Procurado pelo Correio, o ministério justificou o cancelamento como fruto de "conveniência administrativa". A assessoria de imprensa disse ainda que o registro dos preços, objetos da licitação, não significava que os serviços seriam feitos na totalidade. O órgão também garantiu que os valores de referência foram objeto de pesquisa de preços no mercado. Os auditores do TCU encontraram o cafezinho por, no máximo, R$ 2,50, em Brasília, onde o custo de vida é um dos mais elevados do país.
Diario de Pernambuco (Recife, domingo, 2 de agosto de 2009)
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